sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Acabou a “Adiós Muchachos Farewell Tour”, carinhoso nome dado à essa viagem de despedida. E terminou muito bem em Valência, ao lado de bons amigos e com direito a realização de sonho de infância.

Como disse no post anterior, a Tomatina era algo que eu sempre quis fazer. E realmente vale a pena. Sujo das cabeças aos pés de tomate, havia pontos em que era possível nadar nos esmagados misturados à água que os habitantes jogavam das janelas de suas casas e apartamentos nas pessoas por meio de mangueiras, baldes, canecas e bacias. Algo divertidíssimo, insano, completamente diferente. Fica ainda mais curioso quando pensamos que muitas vezes ao pisar em um buraco com lama já ficamos com nojo mas que, totalmente cobertos de tomate, água, suor, milhares de pessoas te esmagando e tacando tomates uns nos outros e eu não estava nem aí, até queria mais tomates.

O outro dia, que vem a ser hoje, foi basicamente praia e a viagem de trem de volta a Barcelona.

Esse é o último post sobre essa viagem, então acho que seria interessante fazer um balanço do que foi passar por 23 países em 10 semanas, que apesar de ser pouco mais de 2 meses pareceram uma vida inteira tamanha foi a intensidade.

Lugar

Melhor: Bled (Eslovênia) e Santorini (Grécia) – Menção honrosa a Berlim (Alemanha)

Pior: Hamburgo (Alemanha)

Bled foi um choque. Um cartão postal existente, um paraíso incrustado nos Alpes Julianos, em um país praticamente desconhecidos pelos brasileiros. Nada nessa viagem foi mais charmoso que o lago Bled e sua microilha abrigando uma igrejinha, vistos do castelo construído em um barranco bem ao lado. Já Santorini realmente justifica a fama que tem, com lindas praias, mulheres, comidas e um mar azul de um tom que jamais havia visto. Se for para lá, aproveite cada segundo. Berlim merece uma menção honrosa por ser uma cidade enorme e ao mesmo tempo encantadora. Muito da rica história alemã e mundial passa por Berlim, um lugar capaz de coisas fantásticas e terríveis. Culturalmente, talvez tenha sido o ponto alto da viagem, superando até mesmo Moscou e Atenas. O destaque negativo vai para Hamburgo, uma decepção total. Eu até agora busco algo de positivo naquela estada e não achei.

Estadia

Melhor: Berlim (Alemanha), Brasov (Romênia) e Helsinki (Finlândia), menção honrosa a Praga (Rep. Tcheca)

Pior: Veneza (Itália)

Antes de tudo, acho covardia citar casas de amigos em que fiquei, portanto elas não contam nessa estadia. Com essa premissa, tenho que ficar com os luxuosos hotéis de Berlim, Praga e Helsinki. Excelentes hotéis, com boa comida, preços de razoáveis a bons (exceto Praga, que foi o hotel mais barato que fiquei em toda a viagem e era um 4 estrelas!), bares e bom atendimento. Brasov entra aqui pela sua peculiaridade, era um quarto no apartamento de uma família, fez sentir-me em casa, tendo cozinha, banheiro, sala, etc, construído em um antigo condomínio socialista. Já Veneza foi um lixo, um prédio antiqüíssimo construído ao lado de um canal fedorento, em local barulhento e com a diária mais cara de todas. Internet paga e bem lenta, cama desconfortável, banheiro pequeno e sem box, o que inundava tudo.

Trem

Melhor: Moscou - São Petersburgo

Pior: Kaliningrado – Gdansk

Os trens europeus meio que seguem um padrão, não se diferenciam muito, mas houve algumas disparidades que mereceram esse tópico. Por curiosidade, o melhor e o pior colocado são russos. O primeiro era um trem moderníssimo, com todo o conforto e boa velocidade, além de um excelente preço. O segundo era horrível, lentíssimo (menos de 20km/h de média), quentíssimo (sem ar-condicionado e com janelas que não abriam, em plenos 37ºC na sombra).

País e povo

Melhor: Eslovênia, Portugal, Espanha, Alemanha

Aqui eu realmente penei para me decidir. Pensei até em tirar, mas quis deixar como tributo e agradecimento aos fantásticos eslovenos e portugueses, países que, principalmente por causa de seu povo, passei a nutrir um grande carinho. A Alemanha seria o país que moraria para trabalhar ou morar em cidade grande. Já Espanha (e Portugal também) eu realmente me sinto bem, é o que mais tem a minha cara, embora eu seja muito suspeito por ser apaixonado por Barcelona (e também Sevilha, Valencia, Porto, Lisboa, Cascais, Sintra... menos Madrid, que é legal mas não é a mesma coisa que os outros). Enquanto ao negativo, não gosto de falar dessa forma (prefiro pensar que são só culturas bem diferentes), os russos são isolados e não fazem questão alguma de mudar isso. Para um estrangeiro, é bem complicado, realmente difícil de poder aproveitar o lugar. Não se pode aproveitar as pessoas, ninguém se comunica com o outro. Uma pena, fiquei com impressão negativa da Rússia.

Surpresa

Melhor: Eslovênia, Santorini (Grécia)

Pior: Hamburgo (Alemanha)

Acho que já falei bem aí em cima os porquês.

Vivi coisas muito legais, riquíssimas em conhecimento e cultura. Passei por territórios europeus ocidentais, orientais, nórdicos, judeus, árabes, ciganos, desde pequenos povoados no meio do nada a civilizações outrora dominantes.

Muitas marcas roxas nas canelas por dormir em locais diferentes a cada noite e por ser um desastrado por natureza, uma única baixa na viagem (uma bateria reserva da maquina fotográfica, um grande feito), mais lugares com a letra B (foram 9, contando só os lugares em que me hospedei), alguns paraísos e alguns inferninhos, mas o que fica mesmo são as histórias e a experiência que será contada e lembrada para sempre.

2 comentários:

Marie disse...

Mas heim? E Dublin? Não acredito q vc não escreveu nada! Hahahahaha

Felipe Américo disse...

Que excelente experiência de vida! Muito bom tê-lo de volta!
Abssss