sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

E de volta a Barcelona após 2 semanas maravilhosas. Poder ver a família, amigos, aqueles que amamos, não tem preço. Pena que o tempo voou e que não deu tempo de fazer e ver tudo o que eu queria. No fim, parecia que havia passado somente 2 dias. Não queria voltar naquele momento mas era preciso, então bora encarar a etapa longa da estada por aqui, no mínimo mais 8 meses.

A viagem de volta foi uma saga. Após entrar na sala de embarque, começou a encheção de saco. Vários vôos para pos EUA estavam atrasados em decorrência de uma normativa deles que entrou em rigor esses dias, para evitar que se repita o caso do nigeriano na noite de Natal. Mas o pior não foi isso. Quando chego ao meu portão de embarque, vejo um outro avião encostado lá. Checo o monitor e lá diz o vôo correto. Porém a aeronave era completamente diferente da que voaríamos (ou ao menos a que achávamos). No fim, realmente tinham encostado a aeronave errada. Até trocar, nos atrasamos 1h. Depois, dentro do avião, ficamos mais 2h parados no solo, sem saber o porquê. Quando finalmente o avião decolou, estávamos com 3h de atraso. E metade do avião preocupado com suas conexões, eu incluso.

O vôo não foi ruim, apesar de ter um alemão de 2m, cover de Flavio Briatore, ao meu lado. Como estávamos na primeira fileira, espaço de sobra para as pernas. E essa aeronave é daquelas com telas individuais, várias opções de filmes, jogos, seriados e rádios. A antítese da Iberia. Fantástico. Deu para me divertir enquanto não estava dormindo.

Quando iniciou o processo de descida em Frankfurt veio uma dor de cabeça muito forte. Minha testa pulsava, meu olho parecia que iria explodir. Efeitos da descompressão. Fiquei assustado, não sabia o que poderia ser nem o que fazer. Aí lembrei que já tinha tido algo parecido, com menos intensidade, mergulhando sem ter feito direito a pressurização. Fiquei mais aliviado na consciência, mas a dor continuava lá. Só desejava pousar logo para passar.

Realmente, quando abriu a porta, melhorou bastante, mas ainda fiquei com um resquício que parecia dor de sinusite.

Chegamos 25min antes da minha conexão sair. Do Brasil não há vôos diretos para Barcelona. Desta vez peguei um com conexão em Frankfurt.

Saída correndo do avião, passagem pelo guichê para pegar o outro talão de embarque, controle de passaportes, revista de bagagem de mão, corrida até o portão de embarque, frustração. Chegar lá e descobrir que o embarque encerrou UM MINUTO antes de chegar. Começa a discussão, éramos 5 passageiros lá, o avião na nossa frente, era só abrir a porta. Mas não foi suficiente. Colocaram-nos num avião que sairia 5 horas depois.

O que fazer 5h parado em Frankfurt? Vou sair. Olhei para fora, tudo branco de neve! Oba! PORÉM, não sabia se podia sair do aeroporto. Achei mais prudente ficar. Além do mais, não estava agasalhado o suficiente para encarar os -9°C que ali fazia. Resolvi tomar uma cerveja ali mesmo, na temperatura ambiente. Mais gelada que qualquer cerveja que tomei no Brasil saindo de freezer.

Depois fui comer algo em algum café por ali. Quando sentei para comer chegou uma paraguaia que não falava nem alemão nem inglês, então não conseguia pedir nada no café. Fiz o pedido dela e ficamos batendo papo enquanto comíamos.

Saindo do café, perambulei pelas salas de embarque, lojinhas e afins. Não conseguia avisar o Brasil do atraso. Sem crédito no celular e sem conseguir usar o cartão de crédito nos telefones.

Fui até o meu portão e deitei em 3 bancos de lá, imitando mais alguns que haviam perdido o vôo anterior. Mala sendo usada de travesseiro, iPod nos ouvids, sono. Dormi umas 2h. Acordo e puxo papo com 2 senhoras catalãs. Elas haviam ido ao Brasil para o casamento do filho de uma amiga delas, que também estava ali deitado com sua noiva brasileira. Quando eu achava que estava quebrado, senti vergonha de mim mesmo ao ouvir a aventura delas. Haviam saído de Buzios, de ônibus, até o RJ, onde pegaram um avião até Porto Alegre, onde pegaram outro até SP, o mesmo que o meu. A viagem delas durava pelo menos 15h a mais que a minha... E ainda pegariam mais 1h de carro quando chegassem a Barcelona para irem a sua cidade, Lleida.

Entramos no avião, embarque super rápido, voagem tranquila, novamente a dor da descompressão. Acho que estou com sinusite e isso afetou.
Cheguei a Barcelona 23:30, pego o ônibus até a cidade, pego o último metrô aberto.
Os 5°C daqui parecem praia perto do que passei na Alemanha!

Agora, já instalado, coisas arrumadas, me sobram a faxina e as compras a fazer.

A previsão do tempo diz que amanhã fará -3°C e neve. Será?