Pessoal, desculpa a demora. Como a viagem é meio na base do improviso, não dá para saber quando terei Internet ou não. Vou postar hoje somente os áudios e textos e depois seleciono as fotos com mais calma.
E só para descontrair, em Bratislava houve um causo que eu esqueci de comentar. Quando pedi a comida me veio uma colher, uma faca mas nenhum garfo. Na hora me lembrei da piada do italiano em Malta e caí na gargalhada:
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23/06/2009 - Dia 6
(Ljubljana, Eslovênia) -> Neste momento estou no trem no caminho de Ljubljana, capital eslovena, primeiro país a se desvincular do que chamávamos Iugoslávia.
Apesar de o trem ter saído na hora certa, a viagem atrasou 1h. Ficou parado um tempão no meio, não sei porque já que estava dormindo e o inglês do pessoal de bordo não é dos mais compreensíveis.
Acordei bem cedo para não ter problemas e me atrasar. No meio do sono despertei e, ao constatar que o quarto estava ensolarado dei um pulo da cama. Olhei a hora e estava 10 min adiantado em relação ao despertador, ufa. Terminei de aprontar as coisas e fui embora, chegando à estação com 40 minutos de folga.
Achei melhor comprar lugar marcado no trem para garantir uma boa acomodação (entenda-se janela para ver a vista e para encostar se tivesse sono).
Fui a meu assento, uma cabine com 6 poltronas, em que já estava uma checa e um austríaco fedorento.
No começo da viagem tentei ir olhando pela janela mas as 3 horas dormidas cobraram seu preço. Me estiquei nas 2 poltronas ao meu lado e apaguei nas primeiras 3 horas de viagem. As vezes acordava, olhava pra fora, admirava a linda (de verdade) paisagem e voltava a dormir. Sabe como é a preguiça...
Chegando a Graz, ainda na Áustria, acordei. E desde então venho olhando a janela, passeando pelos vagões semi desertos e habitados somente por passageiros sonolentos, ou divagando. Resolvi escrever e cá estou portanto.
É uma viagem um pouco longa, 6h, mas viajar de trem é delicioso.
Fazia muitos anos que não viajava em um, não uma viagem tão longa, pelo menos.
Passarei o dia todo em Ljubljana, indo amanhã para uma outra cidade aqui perto, Bled, e pegando o trem novamente para chegar a Zagreb, na Croácia, mas isso vocês já leram no ultimo post.
O austríaco desceu no meio do caminho, deixando a cabine para a checa (também dormindo desde que saímos) e para mim. Sei que ela é checa porque carrega junto dela um dicionário inglês-checo. Pode até não ser, mas fala o idioma deles. Semana que vem devo passar pela terra dela.
Ao descer em Ljubljana, fico impressionado com o charme do local. Bem encantador, pacato mas ao mesmo tempo vivo, com uma população jovem e alegre. Muitas mulheres. Aliás, de acordo com meu olhômetro 8 de cada 10 pessoas são mulheres bonitas entre 15 e 30 anos. Homens solteiros, venham para cá! Além disso, os europeus do oriente gostam de uma sacanagem, vi em vários pontos da viagem pontos que comprovam isso.
Conhecendo um povo tão simpático, fiquei me perguntando como é que eles guerrearam tanto. A história dessa região é marcada por sangue, mas em nenhum lugar se vê menção a isso. Tentando apagar o passado, talvez?
Vale a pena comentar também que fui em dia de jogo decisivo da Copa do Mundo. A Eslovênia tinha reais chances de classificação para a próxima fase e a cidade estava vibrando com isso. Era festa por todos os lados, completamente o oposto de Bratislava, em que precisei pesquisar muito para achar um bar com mais de 3 pessoas. E foi demais, assistir ao jogo no centro, num telão, sentado no chão e torcendo com eles. Ganharam minha simpatia.
Saí antes do fim para poder passear mais. E, pela festa que estava ouvindo pelas ruas, eles tinham se classificado. Fiquei bem feliz.
Muito mais tarde, já na hora de dormir, fiquei sabendo que os EUA, adversário direto na briga da vaga, marcou um gol bem no fim do jogo e se classificou, tirando a Eslovênia. Mas o povo estava comemorando do mesmo jeito, festa pelas ruas, rojões, buzinaços... Comemoravam o simples fato de estarem na Copa do Mundo. Tem como não simpatizar com um povo desses?
24/06/2009 - Dia 7
(Bled, Eslovênia) -> Bled é provavelmente o lugar real mais próximo de paisagem de cartão postal que eu já visitei. É indescritível. De lá, falarei pelas fotos, quando subir com calma. Como prévia, recomendo ver pelo Google algumas imagens de lá...
(Zagreb, Croácia) -> Saindo de Bled, volto a Ljubljana simplesmente para pegar o trem para a capital croata, Zagreb. Passaria a tarde toda por lá e assim que chegasse na estação compraria uma passagem direta para Veneza, trem noturno, assim economizo uma grana de hospedagem.
Além de Croácia não ter o Euro como moeda, fica fora da União Européia, ou seja, tem que passar por imigração, aduana, etc. Mais uma pentelhação, mas que não teve problemas.
Chegando à estação central, procuro o guichê de compra de passagens. Chego a uma sala com 9 guichês para compras nacionais, sem ninguém para comprar e 6 atendentes "trabalhando" e UMA única para internacional, com 12 pessoas na fila. Depois de tomar um chá de 45 minutos esperando, demoro 2 minutos até comprar a minha e sair. Inoperâncias...
Zagreb é uma cidade legal. Mas talvez por ter saído de Bled direto para lá, não tenha me agradado tanto. Talvez seja uma cidade para se explorar os museus, que são muitos por lá, mas estou evitando isso ao máximo. Quero ver as pessoas, as ruas, a cultura geral, não uma armadura usada 700 anos atrás por um cara que daqui 5 dias não lembrarei mais o nome.
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No próximo post conto da viagem à Veneza, Brescia, Visano, Milão (onde estou agora) e eventualmente da próxima perna. Antes, tentarei subir as fotos da Eslovenia e Croácia, mas acho que não conseguirei.
