Pessoal, a viagem já começou e, para não perder o bonde, o post de Dublin e Belfast ficará para depois, assim como o de Roma.

O pedido do outro post não funcionou, então peço de novo: comentem, caceta! Senão, volto a escrever só pra mim, no meu bloquinho.

As fotos eu concentrarei sempre em um post exclusivo delas por país, ok? Nos textos terão algumas, mas o grosso (ui) ficará para mais tarde.



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18/06/2010 - Dia 1



(Barcelona) - Neste momento estou sentado em frente ao portão de embarque, com destino a Viena. Decidi guardar todos os recibos de viagem, como souvenir. Pessoas colecionam imãs, chaveiros, pins, etc. Agora eu coleciono bilhetes de embarque.

Estou triste, não escondo de ninguém. Gravei hoje pela manhã o primeiro áudio desta viagem e a voz estava bem embargada. Acho que este ficará não publicado (NE: Resolvi publicar mesmo assim, não preciso esconder nada). Também preciso admitir que a voz está comprometida pela noite pouco dormida e pela ressaca que se faz presente. Sem dor de cabeça, mas uma indisposição física que está foda.

Indo pegar o ônibus para o aeroporto de Barcelona, Plaça Catalunya

Viajo com somente uma mala de roupas, tamanho médio, e uma mochila com câmera, notebook, bloco de notas, pequeno travesseiro, óculos escuros e um par de havaianas.

Terei que lavar roupa no meio do caminho, maior encheção de saco. Ou isso ou usar a mesma combinação de vestuário por 6 dias, de acordo com meus cálculos, sendo que calça será 1 por mês. Nem fodendo.

Tirei a barba. Pensei em não fazê-la durante a viagem, para mostrar o avanço do tempo nas fotos e aumentar o sentimento de aventura. Desisti. Seria horrível e depois teria problemas para viajar, acho. Melhor não arriscar (e manter a higiene).

O vôo tem lugar marcado mas as pessoas já fazem fila para entrar antes mesmo do avião chegar. Aí eu paro e pergunto: Pra que, porra? Isso fará diferença ou só gostam de filas? Apresentarei o INSS para esses caras. Europeus mal acostumados...

Há uns tipos engraçados ali na fila. Um deles eu posso jurar que é o Moby, mas voando em companhia low-cost me fez descartar a ideia. Há também 2 sósias do Salsicha, um cara de terno com a camisa para fora da calça, um homem com uma peruca muito mais do que ridícula e um bando de mulher de cabelo curto. Estranhos, esses austríacos. Ou catalães (esses eu já sabia que eram).

Meu fone de ouvido estragou ontem, então tive que comprar um às pressas hoje. Como precisava ir à FNAC comprar um livro de presente a meus anfitriões vienenses, nem esquentei. Comprei um da própria Apple e estou impressionado com a qualidade do som. Os graves são incríveis. Valeu a pena os €19,95 gastos.

No caminho para o aeroporto eu vim olhando pela janela, dando adeus à cidade. Ainda volto para aqui, mas será somente para pegar as malas e voltar para o Brasil, acredito.

Tomei 1 litro de água. Também tomei leite e depois Coca-Cola, tudo como tentativa de curar a ressaca. Em vão. Ela só veio a melhorar depois de um belo copo do mais azedo suco de laranja que tomei em toda minha vida. E essa era a bebida do meu almoço, totalmente desproposital.

Um pouco antes havia passado pelo raio-x. Estava acostumado a por somente as moedas e o iPhone na bandeja, nunca demorava. Dessa vez estou com notebook e tem que separá-lo do resto. Isso é um saco, precisa desmontar a mochila, abrir, colocar lá, esperar, recolocar na mochila, organizá-la...

Já estou dentro do avião, que tem a curiosa inscrição EC-FCB, as letras do Fútbol Club Barcelona, e continua minha obstinação por encontrar uma aeromoça daquelas clássicas. Onde estarão? Já não são mais como antigamente.

Meu lugar é bem em cima da asa direita e os assentos ao meu lado estão todos vazios, vai dar para recuperar um pouco do sono. O corpo agradece. Aliás, o vôo deve estar somente com uns 30% de lotação. Pelo visto Viena não é tão visitada (ou eu fui trouxa e não peguei a passagem mais barata disponível).

Agora já entrei no espírito da viagem, só espero que meu corpo corresponda à cabeça.

Fico olhando pela janela minha amada cidade ficando para trás, ao mesmo tempo que tenho na cabeça o que vem pela frente. Muita coisa legal, sem dúvidas.

(Viena, Áustria) - Chegando a Viena, capital de meu país visitado de número 20 (desde que nasci, para ficar claro), o tempo está bem nublado, até ensaia uma garoa fina. Agora não tem escapatória, vou ter que encarar as viagens com o clima que estiver. O tempo é curto e há muitos lugares para ver, então é criar coragem e sair esteja frio ou calor, sol ou chuva, cansado ou descansado.

Sigo as instruções do Ico e chego à sua casa depois de algum tempo. Um apartamento adorável, estilo galpão, bem amplo. Adorei. E a recepção da Pipoca também foi ótima, a cadela que fala mais alemão que eu.

Arrumei algumas coisas e fomos para a sala ver o jogo Eslovênia x EUA. Jogaço! Minha Copa será assim, cada jogo em um canto, acompanhando a festa das torcidas.

Aqui tava todo mundo comemorando que a Alemanha perdeu para a Sérvia. Nem tanto pela numerosa população proveniente dos Balcãs que reside aqui, mas porque todos odeiam a Alemanha. Aliás, a Europa tá cheio disso. Austríacos odeiam alemães, que odeiam franceses, que odeiam ingleses, que odeiam irlandeses do norte, que odeiam alguém, que odeiam os espanhóis, que odeiam a eles mesmos internamente. Deveriam aprender com os sulamericanos, todos se dão bem, exceto com a Argentina, mas porque eles são filhos da puta mesmo e tem mais é que se foderem.

A noite saímos para comer no Naschtmarkt, o Mercado de comida daqui, a céu aberto, tão caótico quanto charmoso. E comida oriental, israelita. Gostei.

Ico e eu voltamos cedo e ficamos assistindo o último jogo da noite, mas que estava tão ruim que ambos dormiram sentados no sofá. Foi só levantar, ir pra cama e capotar, colocar o sono em dia.