segunda-feira, 19 de julho de 2010

Minha primeira impressão não estava errada, São Petersburgo realmente possui mais estrutura e é bem mais simpática que Moscou. Porém, ainda está longe de ser comparada com vários outros destinos que já passei, incluindo cidadezinhas no meio do nada. Pelo menos no hotel que fiquei havia ar condicionado e as recepcionistas sabiam falar inglês.

Na cidade, as placas estavam em cirílico também, mas já havia algumas com o escrito em alfabeto romano, o que facilitava e até me ensinou um pouco de como eles escrevem. Por exemplo, N invertido é I, V é S, b é V, 3 é Z, P é R, T é T mesmo... Uma puta confusão.

Aliás, não entendo porque não deu certo um único idioma (e alfabeto) no mundo. Isso faria uma diferença absurda para os viajantes e até para o comércio. Orgulho babaca.

Achei que iria passar ileso mas, no último momento, me perdi. Tinha 4 horas para passear entre a hora do check-out do hotel e a hora da partida do trem, com destino a Helsinki, na Finlândia. Passei na estação de trem, paguei por um armário e saí pela cidade. Queria passar em um lugar que me parecia um pouco longe, mas que de metrô seria relativamente rápido. O problema é que calculei mal a posição geográfica do monumento/museu e fui parar a pelo menos 1:20 de caminhada do local. Embaixo de sol, quente pra cacete, suando como condenado, sem sombra e preocupado com a hora.

Pelo menos sabia como chegar ao terminal, que fica à beira-rio, assim como a “avenida” em que estava (quase uma auto-estrada). Resultado: cansei pra cacete, não vi o monumento e cheguei podre à estação praticamente 1h antes da partida do trem.

Estação Finlândia, de onde partem os trens para Helsinki em São Petersburgo. À frente, a imagem de Lenin, na cidade antes chamada Leningrado. Em cima do prédio ainda há a estrela comunista.

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- Tio, dá um trocado?

- Ah, moleque! Vá se...

Fiquei traumatizado com o sanduba de Moscou, então parei numa padaria e, por mímica, peguei uma Pepsi (a mulher não entendia que eu queria suco, besta) e 2 croissants, que não tem muito erro.

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Hermitage, importante museu

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Fidel Castro se mudou para São Petersburgo e agora faz caricaturas camaradas

Quantos Ladas você vê na foto?

Infelizmente minha experiência russa não foi lá como eu queria, mas sem grilos. Daqui alguns anos voltarei e quem sabe não tenho melhor sorte...

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Já Helsinki foi sensacional. Uma pena que esse lugar seja um bloco de gelo por 9 meses por ano. Eu tenho um princípio que é imutável: se o lugar mais quente da casa é a geladeira, algo está errado.

A cidade é pequena e bem charmosa. Orgulha-se de suas raízes escandinavas e é bem diferente da Rússia, mesmo com a proximidade. Todos (sério) falam inglês, de arquitetura bem interessante e uma vida de rua. Acredito que no inverno deve ser uma merda, uma cidade tão legal e você preso em casa por conta do frio.

Escurecia bem tarde, perto das 23:30 (o famoso sol da meia noite), então dava para aproveitar bem e dormir um pouco mais.

Meu primo Marcello estava na cidade com uma excursão de adolescentes que jogam bola. Acho até que já disse isso por aqui antes. O problema é que o Zé Mané não me falou que hotel que ele estaria, não marcou nada e, no dia seguinte à minha chegada, iria embora. Minha idéia era jantar com ele na sexta (dia que cheguei, as 22h locais), mas não rolou. Paciência.

No dia seguinte, sábado, sai para passear pela cidade. Passei numa igreja importante da cidade e havia um casamento acontecendo. Fiquei assistindo um pouco e, como já estava acabando, imaginei que sairia uma foto legal da igreja com um belo Mercedes da década de 50 parado na frente e os noivos descendo as escadas. Decidi esperar terminar sentando do lado de fora. A motorista do Mercedes veio bater papo e ficamos conversando um tempão. Contou que é de uma família de colecionadores, sendo que ela tem mais outros 8 carros além daquele, mais não sei quantas motocicletas, enquanto que o pai dela tem mais de 50 tratores. Sei lá porque alguém colecionaria tratores velhos, mas cada um faz o que quiser. Se gosta, tem mais é que fazer isso mesmo. No fim do papo, ganhei uma caixa de um tradicional doce deles, ela me explicou que era bem antigo. Quando abri para comer, eram balas de alcaçuz! Ótimo, adoro. Engraçado que na hora me lembrei das histórias de quando eu era pequeno que diziam que vendiam na porta das escolas balas Mentex com droga injetada dentro. Isso criou uma paranóia na minha cabeça, toda vez que comia um Mentex analisava minuciosamente a bala antes de colocar na boca em busca de algum vestígio de furo de seringa. E me peguei fazendo a mesma coisa agora, mesmo o pacote estando fechado com plástico.

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O mercado de peixes e o porto vistos da Igreja Ortodoxa


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A igreja ortodoxa vista de longe


Consegui tirar a foto e desci em direção ao mercado de peixes, buscando comida. Ao chegar lá encontro um monte de brasileiros, moleques. Porra, meu primo está aqui em algum lugar! Depois de 40 minutos andando de um lado para outro, encontro o filhadamãe. Ficamos batendo papo por uns minutos até o momento em que ele teve de seguir viagem. A próxima parada é Gotemburgo e o barco estava para sair.

E continuei meu passeio pela agradabilíssima cidade, naquele instante com o clima perfeito para mim (25º graus, sol), passando por uma igreja construída dentro de uma pedra, pelo estádio olímpico de 1952 (construído na verdade para 1940, Olimpíada adiada pela guerra), o Parlamento, o centro mínimo, alguns parques, enfim...

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A igreja de pedra por dentro


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As antíteses


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Finlândia, a terra dos lagos



Ao sair da Finlândia, no domingo a tarde, o tempo estava nublado, mas sem problemas. Peguei um ferry para ir à Estônia, a menos de 2 horas de distância, minha estadia nas seguintes 2 noites.

A Finlândia, que eu nem pensava em passar, foi mais uma boa surpresa e perfeita para recuperar-me do calor e do caos russo.

Ao chegar na capital Tallinn, desço no terminal marítimo e já me encaminho pra o hotel, ali perto. No momento em que entro, começa a chover forte e fica assim a noite toda. Como a cidade é pequena, dá para visitar tudo em um dia. Contei com a sorte de a segunda amanhecer bem ensolarada.

O clima é totalmente medieval. Mas está tão preservada e bem cuidada que mais se assemelha a uma cidade cenográfica. É linda, a cidade.

Nos restaurantes, todos trabalham com roupas do século XIV (ou de qualquer outro século da Idade Média), as casas do centro são mais antigas que o Brasil, há placas para todos os lados, mapas e, o mais importante, um povo simpático, aberto e hospitaleiro.

Mais uma surpresa na viagem! E mais um lugar que sinto pena ser tão frio no resto do tempo.

Amanhã cedo pego um ônibus para Riga, capital da Letônia, onde devo passar somente uma noite e de lá ir para a Lituânia, último das 3 ex-repúblicas soviéticas.

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Dei uns tiros de arco e flecha aí!

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Igreja? Nada! Prefeitura de Tallinn!

2 comentários:

gladys disse...

Essa viagem está trazendo muitas surpresas mesmo. Quem diria visitar a Estônia, Letônia e Lituânia! Até a Finlandia ficava de fora dos planos de viagem! Espero que as boas novidades continuem! Beijos

Felipe Américo disse...

Que grata surpresa! Encontrou algum potencial talento da F1 pelas ruas? Hehhehee!